Problema da Amazônia começa nas pequenas queimadas, avalia especialista
Roçado, expansão urbana e incineração de lixo são algumas das várias origens do problema ambiental
Manaus encoberta por fumaça. Foto: Hêmilly Lira/Portal Amazônia
MANAUS – Dados recordes de focos de queimadas na
Amazônia têm recebido atenção especial dos manauaras pelo fato de
Manaus, no Amazonas, ser encoberta por densa fumaça desde o dia 1º de
outubro. Mas queimar a floresta para manejo de solo é uma prática comum
para os habitantes da região. No entanto, o excesso da atividade traz
grandes prejuízos ao meio ambiente.
De acordo com o agrônomo e pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária da Amazônia Ocidental (Embrapa),
José Nestor Lourenço, a prática é antiga e já era usada pelos indígenas
para subsistência. O homem antigo, que usava a terra para produzir o
seu próprio alimento, realizava queimadas com intervalos de até 30 anos.
A prática é uma maneira rudimentar de manejo de solo. O hábito persiste
até hoje porque é um meio barato de limpar a área destinada à produção.
“O ribeirinho e o pecuarista fazem queimadas para
limpar seus terrenos. O problema maior hoje é que estamos sem chuva”,
diz. Na opinião de Lourenço, o problema das queimadas é questão de
conscientização. “Pelos dados do Inpe sobre os focos de calor, as
queimadas são em vários locais e de diversos tamanhos. Isso indica que a
fumaça sobre Manaus é causada desde pequenos focos em quintais até
grandes queimadas para pastagem”, avalia.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
aponta que de janeiro a 6 de outubro de 2015, foram registrados 11.666
focos de incêndios no Amazonas. Nos primeiros cinco dias de outubro de
2015, o estado registrou 626 focos de queimadas. Este número equivale a
mais de 120 focos de queimada por dia. Ainda de acordo com a maior parte
dos registros se deu em municípios próximos a Manaus como Careiro da
Várzea, Careiro, Autazes, Manacapuru, Caapiranga, Presidente Figueiredo.
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